
Com a modernização do país e com o desenvolvimento de uma linguagem de quadrinhos própria aos costumes e à realidade japonesa, MANGÁ tornou-se sinónimo de caricaturas e HQs. A ideia de MANGÁ como um estilo de desenhos e narrativa só surgiu no pós-guerra, com o trabalho de Osamu Tezuka (1926-1989), também conhecido como “Deus do MANGÁ”. Osamu Tezuka é o criador do estilo de desenho que retrata as pessoas com olhos grandes e brilhantes e influenciado pela obra de Walt Disney e pelo cinema europeu, já na década de 40 ele adaptava para a linguagem dos quadrinhos técnicas de cinema como “close-ups”, “long-shots” e “slow-motion”, revolucionando a narrativa quadrinhística e fazendo com que os leitores se envolvessem mais com as histórias que criava. As dificuldades da guerra e as duras condições de vida da fase de reconstrução deram a Tezuka uma visão humanista e universalista, visão esta que influenciou constantemente as suas criações como “Phoenix”, “Buddha” e “Jumping”. Adaptando o seu estilo dos quadrinhos para o desenho animado, Tezuka também foi o pioneiro da animação japonesa, sendo conhecido no exterior (inclusive no Brasil) por produções como “Kimba, o Leão Branco”, “A Princesa e o Cavaleiro” e “Astroboy”.
O estilo cativante, ágil e envolvente de Osamu Tezuka influenciou várias gerações de desenhistas japoneses e fez com que a expressão MANGÁ se tornasse sinónimo desse estilo. Também devido ao trabalho de Tezuka na animação, a expressão MANGÁ virou sinónimo de desenhos animados no Japão nos anos 60 e 70. Posteriormente, o alto grau de especialização da área de animação fez com que se adaptasse a expressão ANIME (do inglês “animation”) para designar desenhos animados japoneses. Atualmente o Japão é o maior produtor e consumidor de quadrinhos e desenhos animados no mundo, gerando uma atividade multibilionária na área de comunicações além de lucros decorrentes de licenciamento de uma infinidade de produtos como brinquedos e videogames, influenciando autores em vários países.
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